quarta-feira, 19 de novembro de 2008

É melhor ser alegre que ser triste... Parte II (ou Ensaio da Insônia)

Cá estou, como prometido, com o texto que originara o prólogo passado. Elaborado nada mais, nada menos que por Ela - da voz esganiçada e múltipla:

Há vários problemas subversivos quanto ao problema maior de se ser completamente maluco (você deve estar achando estranho uma pessoa aparentemente sensata ser maluca completamente, mas ao fim do texto explicarei isto)
Um dos grandes problemas é a insônia. Não vou dizer que é constante, mas ela tem lá sua teimosia em ser invencível quando aparece e ser impertinente quanto à data que aparece. “a data”? você se pergunta agora. “sim” digo-lhe, porque ela sempre acorda mais cedo do que eu quando sou eu que tenho que acordar cedo (ora, eu não sou vagabunda, não estou assim à toa)
O segundo problema é aquela coisa matemática que ela tem. Eu digo “matemática”, meu leitor, porque esta é uma ciência exata. Não sei exatamente pra quem (porque ninguém conhece exatamente este mundo), mas ela o é. Então assim acho que funciona minha loucura: matematicamente, como uma ciência. Mas como fui eu que criei, também sou o ponto de referência para ela, logo, ela me é verdadeiramente exata. Isso tem sido um problema porque todas as coisas da vida são devidamente analisadas e confiscadas por esta minha ciência exata, portanto, só acreditarei em algo se minha loucura afirmar que há nexo nisto.
O terceiro problema são as vozes intrínsecas (tudo bem, eu bem sei que todos vocês também as têm, mas não saiam de seus assentos ou esbugalhem os olhos por isto – vocês são completamente normais, palavra de maluco!) É que este problema na verdade é uma correção do primeiro. Insônia nunca é causa, é conseqüência. E aqui entramos com as vozes – a causa – que são muito fortes e distintas entre si, aliás. Mas com uma interseção entre todas: são bagunceiras, atrevidas e folgadas! Exigem de mim uma organização, uma métrica, toda maldita vez que me aparecem! Aliás, se interrompi o que seria o meu bendito sono e aqui estou com meus olhos vidrados, é meramente culpa delas, já que eu sou aparentemente normal.
O quarto problema é o cansaço. Há-se um cansaço enorme, principalmente para aqueles que tem a loucura do mesmo tipo que a minha. Isso lhes explicarei agora no que considerarei o quinto e último problema – que percebo agora ser também o pior de todos – que é quando se é maluco completamente. E ser assim é bem fácil, basta haver a percepção dos sintomas, mas se fazer completamente sensato (como se alguém lá soubesse o que é isso) perante Todos – concedi propositalmente ao “T” essa postura de maiúsculo e lhe explicarei agora: é que Todos são como as vozes, distintos entre si, mas com uma interseção entre si: a falsa sensatez. E quem nega o que não é sensato a Todos, essa maluquice na identidade, se é ainda mais insensato. Ou seja, completamente maluco. E disto, nem eu escapo, já que estamos juntos nessa, sociedade!
Por fim, acho que as vozes estão se acalmando, se tolerando uma a outra (já comentei que às vezes elas discutem?) e coisa mais sensata agora é dizer que não acho exatidão alguma neste texto e que certamente me cansará quando eu o ler.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

É melhor ser alegre que ser triste...


"Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não"

A prova de que coração bate ritmicamente com inspiração é que o efeito é algo bem orgânico, facinho de se sentir e explicado fisiologicamente: Uma taquicardia aqui, uma lentidão do metabolismo acolá. O meu nesse exato momento tem um teor de samba, porque sei bem o efeito da endorfina correndo (exercitar a mente gasta tanta energia quanto minha irmã gasta nesse momento agarrando uma bola de handeball, e é prazerosamente bom igual no final).

Percebo agora que a Inspiração(eu sempre uso uma palavra maiúscula quando quero falar dela posteriormente e não quero repeti-la o tempo todo, porque isso desgasta a conversa e tenho uma preocupação em ser ao menos interativa, já que não sou sempre tão clara) foi se esvaindo enquanto não aproveitei. Coisa mimada que ela é. E se percebo algo também é que não tem jeito, ela nunca parte de um lugar só. Me irrita essa poligamia dela, ambição... sei lá que nome dar a essa coisa dela de querer extrair tudo de todos e do tudo. Me irrita às vezes fazer tanta coisa em função dessa Ela que é assim tão inanimada mas onipotente sobre mim. É porque tenho um relacionamento com Ela, é sempre assim, sempre a espero, Ela sempre confirma vinda e me decepciona na hora H.Só pode ser quando ela quer, ela é infantil demais, sabe. Sempre quer muito tarde da noite, eu geralmente tenho algo a fazer na manhã seguinte, mas ela não liga, grita ao pé do meu ouvido suas idéias, esganiça com aquela voz dela em milhares de tons diferentes. Isso me aconteceu dia desses inclusive, e será o próximo relato que falarei a seguir, acho que só quis fazer disto aqui um presságio, uma apresentação. Uma preparação, talvez.

À proprósito, deixa eu explicar porque o título não bate com o resto do texto: tudo culpa dela novamente. Cá estou aqui, às 16h como combinado, e (mais uma vez) ela me falta bem na hora H!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Antes de tudo: as preliminares...


Coisa boa que é criar um blog. Sei o bem que só é bom a mim, ninguém aguenta mais meio metro de texto que eu insisto em meter as caras por aí. Mas acontece, vai que eu goste da coisa?! A gente nunca sabe, daí é que vem o "adote um vira-lata", vai que a gente acaba se apegando ao pobre canino sem pedigree? Parto então desta metáfora o princípio da criação do meu blog. Vai que eu ou vocês gostem da coisa cá sem pedigree.

Tudo bem, mentira minha. "adote um vira-lata" é a camisa que visto neste momento e não me surgiu nada mais criativo do que isto em mente. Mas enfim...

É com você, Fátima!