quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

É melhor ser alegre que ser triste... Parte III (Todo carnaval e trilogia têm seu fim)

Salve, salve, bem amigos da Rede Globo!
Se antes não postei por mera preguiça, agora tenho em mãos uma nobre desculpa de andar assaz ocupada para não fazê-lo. Termino aqui a trilogia que já anda enchendo-me o saco na verdade, só o faço com o ímpeto de tornar-me de uma vez uma espécie de conselheira (e a mim mesma, na verdade. Não minto a veridicidade do sentimento nas crônicas), ou de uma nobre pentelha.

"se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se não te agradar, pago-te com um piparote e, adeus"


"CHEGA!": Começo o parágrafo com isto. Por mais visualmente feio que seja, ainda o faço em mente com letras garrafais e um fundo colorido, se puder. Impregno-a aqui com o intuito de usá-la como uma salvaguarda. Dizê-lo como "um monte forte e rígido" mesmo, estou me lixando com o quão tolo isto soa. O grande problema é que ando querendo expurgar-me de algumas sensações que subordinam o meu corpo à constante interação de minhas moléculas que, quanticamente, vagam soltas por aí por vezes. Como sucessora das mesmas, não faço idéia do gênero, das propriedades que possuem e família de seus elementos, mas como forma de evitar a entropia em que vivem, estas vem a mim. Acho que, se este corpo meu fosse uma susbstância única, seria a mais volátil de todas.
"CHEGA!"; não digo que este novo impulso energético químico me confunde de toda minha área axial até minhas ramificações? O que ando querendo que expurgue, sumariamente, é essa racionalidade extrema (que chega a ser pessimismo quando quer - não daqueles suportáveis, mas daqueles intolerantes), que vem se mostrando pedante e impertinente se é isso que você quer saber. Você a quer? Digo, ela me é útil às vezes, já me inspirara até demais. Ora, não se recordam de odes de grandes pensadores à ela? "É preciso o caos frenesi dentro de si para fazer surgir uma estrela". Nietzsche não errara, é preciso sim. Até mesmo a palavra "paixão" em seu sentido literário quer dizer "sofrimento". Chegando a ser respeituoso, nobre até, ter-se o simples ato de sofrer na vida, a fim de melhor exprimir a paixão incessante pela mesma.
Mas peraí, isto é bonito porque é subjetivo? Se passarmos isto para um relacionamento com interações palpáveis e orgânicas, tudo isto não passará de inexperiência, imaturidade; como dizem algumas mulheres (eu digo isto porque mulher parece saber como se relacionar desde sua hora natal, talvez salvo algumas exceções se for tirar por mim, mas não quero falar sobre isso - coisa boa que é ser irracional...)
Voltando ao relacionamento com a vida... o que quero dizer é que a própria vida nos dá uma dica apontando-nos seus submissos casais humaninhos. E convenhamos homens, mulheres ou qualquer animal que estiver aí; sofrer demais nesta vida não seria demonstrar-se apaixonado pela mesma, tampouco não dispomos de todo o tempo do mundo para termos antagonizações em períodos longos (se a desculpa do sofrimento foir a superação posterior). Não esqueçamos que a racionalidade a todo instante funciona como uma roleta russa: no caso de desafortunamento, o tiro aloja-se no encéfalo; apedreja-o.
E aí dói. Dói, pesa e dá sofrimento. E crônico - o que tento taxar como o problema central. E quem há de querer passar o tempo todo por isto com a desculpa de uma paixão por outrem (neste caso, usemos "a vida"; eu que não quero me meter em relacionamentos alheios), há-se de desiludir-se quando perceber que isto não passa da "imaturidade" do conceito feminino, de querer chamar atenção mesmo. E quem quer chamar atenção, é porque não tem, não possui. Logo, quem vive e não possui Vida, vive por misericórdia da mesma.
Sem Nietzsche, por enquanto. Um pouco mais tarde, quem sabe, pra "esquentar a relação", mas fiquemos hoje com a calmaria do velho finado (cometi outro deslize fúnebre?) Vinícius de Moraes: "é melhor ser alegre que ser triste..."

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