terça-feira, 4 de outubro de 2011

Carta do Innerself

Conversar consigo mesma é uma bosta. Não há greve dos Correios que me impeça de receber isso aqui:

"Amada, essa é a primeira vez que farei uso da escrita livre. Não pretendo que seja a última, assim como não pretendo que seja público (ao menos não pretendia quando escrevi há um mês atrás). Pretendo que seja meu e seu, que seja um exercício de organização mental.

A mente de um tímido, você sabe, é curiosamente detestável. Há um turbilhão de palavras na mente do enrustido que se potencializam e não necessariamente evoluem de maneira positiva. Se aprofundam, porque é isto que bem sabe fazer estes pudicos que, céus, não desejam macular o mundo com seus pensamentos profanos. E estas são suas sinas: embora inventivos, contentam-se em resvalar em seu profundo si-mesmo e permanecerem lá, estatelados em suas neuroses.

Por esse motivo, entoo a prece: que os textos saibam abrigar as ideias da mesma forma que a consciência recolhe algum substrato do inconsciente. E que as técnicas de redação sirvam como um superego em seu mais saudável estado - que não exista para tolher a essência do texto, mas torná-lo intelegível a todos aqueles que ainda não desenvolveram telepatia. E que, Jesus!, não me apareça mais esse recorrente pé grande do Monty Python no momento da concretização textual.

Que os textos metalinguísticos possam se tornar uma opção (ou mesmo um sub-tema) e não a única saída. Que assim seja.

Um beijo, amada, cuida dessa saúde mental,

and thanks for all the oxygen,

Innerself"

Um comentário:

Nara disse...

Acho que esse eu entendi... kkkk...e Curti!